terça-feira, 15 de setembro de 2020

Parabéns Chloris Casagrande Justen!!!


 

O Parnaso Poético hoje homenageia e parabeniza essa pessoa admirável, ícone da cultura e literatura paranaense, a querida Chloris Casagrande Justen que completa 97 anos de muito ativismo cultural.

Publicamos a participação de nossa querida Chloris no Parnaso Poético 2019. Fui uma honra para nós tê-la conosco!

 

Biografia

Grandes mulheres vem deixando sua marca na literatura em nossa cidade. Exemplos para todos na busca da excelência a partir de ações culturais que agregam tantos. É com muita honra que publicamos hoje a prefacista do Parnaso Poético III, Chloris Casagrande Justen.

Chloris Casagrande Justen, curitibana de nascimento, nasceu em 15 de setembro de 1923. Pianista,  na juventude participava de grupo coral e declamava poesias de sua professora e, mais tarde, amiga Helena Kolody.

Baluarte da cultura paranaense, presidente do Centro Feminino Paranaense de Cultura, membro da Academia Paranaense de Letras, do Centro de Letras do Paraná, Academia Feminina de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e da Sala do Poeta.

Professora normalista passou a lecionar muito jovem no Instituto de Educação do Paraná. Na Capital, concluiu os estudos superiores em Pedagogia e dirigiu o Instituto de Educação do Paraná Prof. Erasmo Pilloto durante sete anos.

Foi conselheira de Educação por um decênio, pioneira na implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente no Paraná, ministrou cursos e realizou conferências em seminários e congressos em vários estados da federação.

É imortal da Academia Paranaense de Letras desde 1992, ocupante da cadeira de N.º 24. Primeira mulher a presidir a entidade. Em 2010 foi eleita presidente e reeleita nas gestões 2013 e 2016, criando e aprovando os programas: Crianças ensinando História do ParanáA Academia vai à Escola Uma sede para a Academia. É autora de anteprojetos que viabilizaram a normatização de leis estaduais sobre a obrigatoriedade do ensino da História do Paraná em todos os níveis de ensino e implantação do Laboratório da Cultura Paranaense, no prédio do Belvedere.

Atuante na organização Soroptimist Internacional das Américas, no Clube Curitiba-Batel, ocupou os cargos de Coordenadora de Direitos Humanos, Governadora da Região Brasil e Presidente Internacional, é coautora do Manifesto da Tríplice Fronteira contra o Tráfico de Mulheres e Meninas.

Educadora emérita, oradora de grandes recursos, agraciada com títulos honoríficos, entre eles o de Vulto Emérito do Paraná, da Ordem do Pinheiro do Paraná. Autora dos livros de poesias Jogo de Luz e, em versão bilíngue, Essências Transfiguradas, e ainda, O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Instituição Escolar, as crônicas Conversando sobre o Soroptimismo e organizadora das obras Mulheres Escrevem, Com Justiça e com Afeto e O Soroptimismo em Minha Vida.

 

Prefácio Parnaso Poético 2019

Sinto-me sensibilizada com o convite dos ilustres e destacados coordenadores para escrever este prefácio ao terceiro volume do “Parnaso Poético”. Quando escrevi o poema “Poesia”, tentei definir que “Poesia é essência e alma, em jogos de espelho e som, transfigurando as palavras em puros feixes de luz”. Acredito que essa definição se harmoniza aos ideais desta seleção de poemas, cujo nome remete à tradição poética da Grécia Antiga e da mitologia sobre o monte Parnaso.

Observando os dois volumes anteriores do “Parnaso Poético”, notei que, se não há de modo geral a todos os participantes um compromisso com as normas rigorosas do Parnasianismo, há sempre a inspiração envolvida com a beleza da linguagem. Isso combina com o trecho inicial daquele meu poema sobre a poesia: “não pode ser poesia o verso vil, sem beleza”.

Nesse sentido de busca da beleza, ao me preparar para redigir este prefácio, tive o prazer de pesquisar mais uma vez sobre as tradições do Parnaso grego, morada do deus Apolo e das nove Musas: Calíope, da poesia épica; Clio, da história, Érato, da lírica amorosa; Euterpe, das flautas e da música; Melpómene, da tragédia, Polímnia, dos hinos sarados; Terpsicore, da dança; Talia da comédia; e Urânia, da astronomia.

Essas musas formam uma das condensações possíveis da abrangência da cultura grega clássica, mas são principalmente um resumo da multiplicidade do encantamento contido na poesia, em suas diversas faces. Envolvida nesse encantamento, decidi que em vez de usar somente a prosa, seria com uma poesia que eu poderia apresentar melhor o conjunto diverso de poemas a seguir. E assim escrevi, com alegria e liberdade, este soneto:


A mais pura razão do viver


De olhos na imensidão,

Descanso na dança dos ventos

E deixo minha alma vagar

Em portos desconhecidos.


Ao luar, num céu sem estrelas,

Minha alma percorre o infinito

E mergulha em profundezas

Do meu ser em reflexões.


Envolta nas bênçãos do etéreo

Eu retorno desse cadinho,

Pairando sobre a realidade,


Vejo dançando ao redor

Ideais em suas grandezas,

Melodias embalando as jornadas.



Curitiba, 07 de março de 2019.

Chloris Casagrande Justen