Vídeos Parnaso Poético III - 2019

Silvana Mello

Partida

Mais uma luz se apaga

Mais um poema se finda

Ciclo que se fecha

Dia que amanhece cinza

Mais um luar entretecido

Pela lágrima

Mais uma palavra

Emudecida

Mais um fio puxado

Pelo destino

Na grande tela da vida.



Jeferson Mello


O pianista Jeferson Mello estudou na Escola de Música e Belas Artes do Paraná onde concluiu o curso superior de piano. Posteriormente, estudou com renomados pianistas.

Em 2005, após receber uma Bolsa de Estudos do Governo Italiano, frequentou o Curso de Mestrado em Acompanhamento, nos conservatórios de Adria e Vicenza. Na Espanha, estudou na classe de piano de Alexander Vitlin assistente do maestro Daniel Barenboim na Academia de Estudos Orquestrais da Fundação Barenboim-Said em Sevilha.

Entre 2014 e 2018, foi diretor da VillaVox Academia de Música na cidade de Curitiba, atuando seja como professor de piano, pianista concertista e também produtor musical tendo realizado inúmeros eventos e ações culturais na cidade e fora dela. Atualmente é professor titular de piano nas Academias de Música de Portimão e Conservatório de Música de Lagoa em Portugal.



Thiago Juraski


Thiago Juraski Nasceu em Guarapuava em agosto de 1995, residiu em Curitiba – PR, onde fez faculdade de Artes Cênicas. Músico e bailarino, passou a conhecer os encantos das palavras desde pequeno e então, dá-las intenções com melodias. Em Curitiba, teve um contato íntimo com a poesia nos Saraus Populares onde se fez crescer esta paixão pela escrita.




Orly Bach


Orly Bach

 

Orly Bach é paranaense e cursou canto na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Embora sua formação seja erudita, interpreta obras de vários estilos, intercalando canções nacionais e internacionais. Além de cantora, é empresária e artista com mais de 30 anos de carreira.

Realizou diversos shows nos principais teatros de Curitiba, entre eles um musical no Teatro Guaíra, acompanhada por orquestra e banda. No Teatro da Classe apresentou-se durante quatro anos, lotando a casa em todos os shows.

Como empresária, foi homenageada pelo Women’s Club, com o prêmio “Mulher em Destaque”, na área musical, e foi agraciada com o troféu Imprensa do Paraná, pelo conjunto do seu trabalho. Como intérprete, é vencedora de diversos festivais de música no Paraná e em outros estados. Em 2009, lançou o CD “Canções Inesquecíveis” e em 2016 lançou seu 2.º CD, “Canções Inesquecíveis II”, no Teatro do Paiol.

Seu belíssimo trabalho atravessa as fronteiras do Paraná e encanta a todos.



Zetti Nunes


O Jantar de Gala

 A nobre anfitriã

Convida os convivas com vida:

Comensais venham,

Eu sou a vida.

Sou vocês e vocês

A minha expressão.

Sou o espelho do Criador,

Dignitário e comissário do amor.

Comensais a mesa está posta

No verde jardim.

Sejam dignos de ser

A manifesta festa de mim.

Sou a Ceia,

Você os partícipes.

É a mesma proposta

Eu sou você

Na mesa oposta, posta.

E você, sou eu.

Não cuspa no prato que comeu.

Mãos postas

É sinal de gratidão.

Demo-nos as mãos!

Sou a comida

Do coração as batidas

O dom da vida.

Dama, Notre Dame

Que se derrame

E a graça de te amar

Na taça deste jantar de gala.

Nesta sala vip

A vida é sempre elite

E comensal tudo igual.

Sou a vida por aí difusa

E na mesa a musa.

Convidado que és

Jante neste verdejante

Palacete Terra.

Vinde humanos e batráquios!

Demos um brinde

Aos terráqueos!

Embora diversos e dispersos

A anfitriã do planeta verde-tapete

Nos convida

Para o banquete...

Da vida.

Zetti Nunes


Shirley Pinheiro


                             Apenas um Dedilhar no seu Violão


Apenas os primeiros acordes

de uma canção.

Depois um leve grito solto no ar,

um cair de cabeça pra trás,

como a descansar

nos braços do Pai!

E, então o silêncio da incerteza

se fez presente,

no meio daquela gente.

Seria encenação...

Fazia parte da apresentação?

Não!

  A voz do Poeta havia silenciado,

  seu coração havia parado.

                                     Explodiu quem sabe,

                                     de tanta emoção!

                                        No meio daquela multidão.

                                       No meio de tanta poesia.

                                       Entre tanta alegria.

                                         O Poeta resolveu se despedir!

                                               (in memoriam do Poeta Francisco)


Rosa Leme


Mosaico

O espetáculo da natureza!

A cortina do dia se abre

Divina é a tua Beleza!

A natureza viva aviva a floresta.

Não importa se a cor é branca,

Preta azul ou se é cor amarela.

A primavera desenha paisagens belas...

Nas cores verdes em tons mesclados

Sobressai uma bela aquarela.

A natureza entrelaça a beleza!

De uma maneira transparente

A paz verseja... No céu de luz,

  O meu espírito está é focado.

   Cada manhã tem uma fragrância,

                                    O Eterno vem sutilmente perfumando

                                   O jardim com perfumes silvestres!

                                    Na medida certa a suave fragrância

                                         Sai fluindo pelo ar aromatizado.

                                        Não é uma miragem,

                                       Num mosaico multicolor

                                          Meus olhos viajam faiscando amor...

                                       Com vivacidade, fluindo beleza,

                                        Pássaros, abelhas e borboletas,

                                        Com delicadeza, celebram a vida,

                                        Dançando no palco da natureza!



Rita Delamari


Além dos seus Mistérios

Trilhamos em caminhos díspares,
cada qual, com seu fardo.
Não te imaginei, não me idealizaste...
A paixão foi a nossa sina!

Tento desvendar-te em mistérios...
Não me basta saber ser amada,
jamais obriga-se um sentimento.
Imprescindível é sentir-te d’alma!

Nosso tempo desenha a hora,
amemo-nos, hoje, agora!
Afinal, amar não nos custa nada...
Ávidos, por calor, nos saciamos.

Ferve-nos o sangue, será amor
ou apenas, poemas em fragmentos?
Não me faças sentir enganada...
Vivamos o dia a dia, cada momento!

E a noite, ante os suspiros do vento,
de o melífluo querer, transbordamos!
                                  Mas, se, um dia, fores embora,
                                   leva-me contigo, no teu pensamento.




Regina Madeira


Mãos Dadas

E junto ao ciclone veio a Luz.
Clareando as almas tristes enlutadas.
Do mundo as orações tão irmanadas.
Cumprindo o mandamento de Jesus.

Distância não impede todo o amor.
Sementes pelo ar são levantadas.
Durante as orações as mãos são dadas.
Enquanto as vozes bradam em louvor.

Senhor, Senhor, que a solidariedade.
Assim seja mais vezes trabalhada.
Ao solidário a vida é partilhada.
O amor é sentimento de verdade.

Que o amor seja da alma o objeto.
Levando ao solitário força sagrada.
Porque sem Deus não podemos nada.
Mas sua presença garante o pão, um teto.



Poeta Paulo Barros


Santas Chagas

Faço minhas as dores
de muita gente boa
que anda calada,
por aí.
Comungo,
também calado,
com seus destroços,
chagas,
que nem mesmo
a Deus-Pai
mostrariam.
Chagas fundas,
chagas vivas,
chagas santas.
Sinto o deslizar sereno
do óleo-santo
a sussurrar o bálsamo,
divino e puro,
caídos dos dedos longos
dos anjos.
Caminho calado
com essa boa gente
                                que guarda Deus
                                 dentro de feridas,
                                em cofre silencioso
                                de seu íntimo ungido
                                 e perfumado
                                  com lágrimas de sangue.
                                São chagas santas,
                                Santas Chagas
                                que vieram do céu
                                  e fixaram-se,
                                 como um diadema,
                                 a brilhar no rosto,
                               nas mãos calejadas
                              e nos pés andarilhos
                               rebeldes
                               de todos
                               os que receberam
                               a marca da cruz
                               por estigma
                                e a obediência
                               aos ditames
                                duros do amor-perfeito
                                por senda
                             sonho e caminho.



Osmarosman Aedo


Àlacre

Inda que me sobre
Rugas no cenho
Em firmação
Ao meu estado de espírito,
Nada sou
Sem pelo menos
Uma triste lágrima
Que identifique
Em que lado estou...
Não me ferem
Os pensamentos
Noturnos,
Madrugais
Fere-me
Não ter
Para quem
Dar flores
Com tantas,
No jardim
Que entalhei
No coração.



Marli Voigt




Esse dia

Neste amanhecer de luz outonal
Olho para o céu esconde-se essa lua.
O amor perfeito sorri no quintal
Ouço passos, do trabalhador na rua.

Leve brisa que dança no momento
No rádio, canções de amor de outrora.
Saudade baila meu ser em movimento
Amor que encanta, dança mundo afora.

Na festa da vida sorri de alegria
Brinda o criador na doce natureza
Convida você a viver harmonia

Minha alma plena de toda felicidade
No universo emanam pétalas de amor
Raios de luz gotejam na sua idade



Marilis de Assis


Casa Estrela

Morei muito tempo
Em uma estrela
De lá eu via teu universo
Paisagens... Imenso planeta
Luz! Sorrisos... A imensidão
Crianças brincando,
Éramos felizes
Quantas vezes
Enquanto eu bordava
Os meus vestidos
Você trançava meus cabelos
Pequenas alegrias,
Emoções verdadeiras
Amor que redime cura
Tanta paz
Hoje só canto tua saudade
Me perdi nos portais
Estou em outra dimensão



Márcio Gleide


Pode ser Agora

E pensar
Que posso estar escrevendo...,
A última letra.
Não foi a última,
Ainda na frase anterior,
Portanto, prefiro inflar meu peito,
E respirar amor, apenas amor.
Não desejo mais discutir
Com hipócritas,
Mas, sei que não me conterei,
Em todos os momentos.
Quero ser ferramenta
Para o Supremo,
Voz para os que não têm
Forças para viver.
Pensar que sou um sopro,
A caminhar com o vento,
Névoa nas noites mais frias,
Homem que já se sentiu grande,
Sendo poeira...,
E pensar
Que posso estar escrevendo,
                                     A última letra. 




Márcia da Costa Larangeira


Perpetuidade

Sinto...
Penso...
Logo, existo!
E isso já é o bastante para te amar...
A vontade de viver
Pulsa no vermelho púrpura
Do sangue que corre em minhas veias,
E que busca saciar minha fome existencial
Ou a querência de simplesmente SER...
Isso faz com que meu instinto guerreiro
Enfrente verdadeiros exércitos
Em nome da tal sobrevivência,
Sem que preciso seja
Responder a velha questão:
"Ser ou não ser"
Por já ter a certeza da resposta.
Então sou...
E o fato de ser, existir e te amar
Não me obriga,
Mas também não me dá opção de escolha
Entre viver ou morrer,
Pois mesmo na morte és,
                                     Em mim,
                                      Eterna
                                      VIDA.



Lira Agibert



Alma Campeira

Minha alma
em agonia,
mergulha
na estrada
campesina,
que fascina,
quando dói
melancolia
E num instante
rotina do ranger
bamboleante,
no trote andado
quase parado,
sob o sol escaldante
No bufar amuado,
na preguiça
do Barroso,
no meu sonho
brinca o tempo,
nas águas do rio
Pincelo-me em matas,
                                     pois não quero acordar,
                                    que é pra não voltar
                                    a morrer de saudade!



Kojima Kyo


Desejo

Quero espelhar-me no teu olhar
Colher o teu sorriso mais doce,
Das tuas mãos,
O carinho morno receber
E dos teus braços,
O abraço apertado, caloroso
A me envolver.
Quero ouvir teu riso,
Que soa quais guizos,
Em forma
De canção dolente,
Depois...
Olhar nos teus olhos,
Sorver um pouco desse teu olhar
Que acende minha alma
Num encanto,
Que transmuta
O sentimento
Da paixão.


Júlio César Sprenger Ribas

Corredores ao Infinito

Naqueles corredores,
Restavam esperanças incertas.
Na madrugada silenciosa,
A proximidade da paz do sono eterno.
Vitórias diárias!
Derrotas veladas!
Expectativa pelo tempo
Que quiçá não viria.
Pensamentos conflitantes,
Qual verdade absoluta.
Resignada e momentânea ausência da dor.
Vazio seria o espaço nunca mais a ser ocupado.
Silenciosos e escuros corredores
Refletiram a pouca luz da escura morte.
Ainda lá estão os mesmos corredores iluminados,
Pela luz da vida eterna do dia seguinte.
Ciclo da Vida
A vida muda rapidamente e para sempre!
Até que aos poucos muda de novo!
Poder do Pensamento
Evocar boas lembranças,
Olvidar memórias tristes!
                           Realização
                                  O melhor mesmo da vida.
                                  É ainda não ter morrido!




Juju Maracajá


Simplesmente

Nessa minha
Louca vida
Já me apaixonei
Perdidamente
Já mergulhei muito
Mas muito fundo
Na minha escuridão
Já desejei a morte
E quase consegui
Já morri de amor
E tornei a viver
Já tive sonhos,
Ideais
Questionei tudo
Até não poder mais
Tantas vezes que
Agora
A mim me basta
Poder andar
De pés descalços
Saborear a fruta
Direto no pé
                                E simplesmente
                                   Existir 




JoséDominggos


Mar da Vida

Solitário,
Soçobrando no mar da vida,
Num barquinho frágil,
Como que de papel.
Sobre revoltas águas sigo,
Acima de mim, abóbada de estrelado céu.
Vagueiam os meus pensamentos no espaço,
Incessante busca por,
Quem sabe
Tão só...
O carinho
De um abraço!
Ao balanço das ondas do meu existir,
Para onde vou...
Não sei.
O futuro ali adiante,
Ainda por vir.
Lá na frente, encontrar posso,
Seguro porto e nele me atracar.
Definitivo pode ser,
Ou também,
Tão só por um mero instante.



Jorge Cruz


Todos e Único

Surdo, cego e mudo,
E conectado
Com o mundo.
Frio, calculista e duro,  
E intenso.  
Violento, rude e bravo,  
E sensível.  
Egoísta, orgulhoso e rancoroso,
E humano.  
Vulgar, bêbado e ultrajante,
E amável.
Ser complexo e simples.
Ser o tudo e o nada.
Ser as estrelas e um grão de areia.
Ser eu e nós.
Ser vou e fico.
Compreendo e ignoro.
Vidas e vidas em eterno ciclo.
Nascer, morrer e renascer de novo.
Somos todos os papeis na existência,
E somos ao mesmo tempo: ÚNICOS.




Joema Carvalho



Experiência

De um ponto a outro
Quente e frio
A verdade se constrói
Desalinhada de controle

O casto e o explicito
O insano e o racional
O equilibro

Da união dos extremos
A harmonia
Partindo da adversidade ao sentido de paz

A vida e a morte

Complementam a dinâmica diante do micro e do macrocosmo
O perfeito desencontro de tudo que se movimenta

O paralelo desconforto que separa a linha do horizonte
Única existência uniforme que não tocamos

Admiração distante no ponto do arco-íris
                                 Colocando tempero e sentido no invisível que nos toca
                                 E nos conduz para a eternidade 




Joana D'Arc Lage


Sendo

Muitos passam
Pelas pedras
Tropeçam
Muitos caem
Na água
Se afogam
Muitos se apoderam
Da chave
Se fecham
Muitos se enchem
De ouro
E, morrem
Sendo água,
Sacio a sede
Sendo pedra
Sou rocha
Sendo chave
Abro portas
Sendo ouro
Ilumino o outro




Jefferson Dieckmann


Mar de Lama

Após o estrondo
Viscosidade, escuridão
Calendário soterrado
Gritos calados
Vidas interrompidas
Ante a força incomum
Fraca cerca,
Inútil muro,
Frágil cidadela
Quietude sepulcral
Sob o céu azul
Vistas de cima,
Fortes cores
Cores do serro,
Cores do ferro,
Cores da morte
Árvores caídas,
Rio condenado
Famílias destruídas
Dinheiro não paga vidas
Ganância não enxuga lágrimas
Cobiça não acalenta
                                Sirene não toca...
                               A tarde, preenchida de dor, anoitece
                                  O descaso,
                                 Travestido de artista, pinta 
                                  Incontrolável e trágica aquarela...



Iracema Alvarenga



O Viver

A vida surge e segue
Sem a minha permissão.
No improviso...
Meu rumo é claro
E o vento é firme.
Tudo se move,
Tudo prossegue
Nos embalos
Do meu coração. 
Nada é em vão.




Goretti Bussolo


                                                        SOU...

flor
floresta
asas
ventania
chão !
sou...
menina
mulher
guerreira
forte
coração !

sou...
grito
coragem
silêncio
lágrimas
ação !

sou...
colibri
                                onça
                                  curandeira
                                 xamâ
                                   razão !

de todas...
a que mais amo
é a maria goretti
a GO poeta
que é pura emoção !

...e se vieres me aliciar
percorrer-me devagar
para não violar
os frágeis fios
com os quais entrelacei
a minha solidão.

sem portas ou janelas
a perspectiva do recomeço
na luz bruxuleante
oriunda de uma fresta.

fui da enxada
cozinhei pra peão
doméstica da casa grande
estudei não tinha dom
executiva bem sucedida
empresária sem ser "patrão"
hoje não sou "nada"
fiz da dor
missão e pão
a utopia me fez pássaro
e a poesia a libertação !




Glorianna Cunha


                             Canção ao Amor 

Quero te acariciar como plumas ao vento bailando graciosamente.
Deixar o ar puro e delicado te beijar em silêncio.
Um leve despertar tocará teu coração reservado para mim.
Não é sonho ou ilusão... São promessas se cumprindo,
como aconteceu aos pares que a vida escolheu.
No tempo e espaço exatos como a profecia havia anunciado.
As doces imagens do cenário são as do amor revelado.
Luzes e cores adornam o ambiente com clarões refletidos da lua,
quimicamente elaborados com partículas de luz solar.
A estação é primaveril, ao perfume de rosas e jasmins
colhidos nos jardins do céu.
Vem ó amado, minha alma te conduzirá pela mão 
e ainda acariciará docemente teu corpo. 
Corpo livre do cansaço e da fadiga do desamor que impregna 
a alma do ser humano no mundo material.
Tu compreendeste a mensagem angelical.
Agora não existe mais a saudade que outrora 
te beijava amargamente.
Seu nome mudou, chama-se felicidade.
Os sons ouvidos no local se harmonizam entre si, 
numa escala direcionada exclusivamente 
aos deuses do amor.
Quão formoso e aprazível és ser amado, 
                          agora dotado de amor e luz divina. 
                         Não faltam delicias ao teu redor.
                              O ar quente que sai dos teus lábios tem o perfume 
                            do mais delicado e saboroso vinho.

                          Eis a canção de amor que irá te tocar, 
                        proporcionando vida.



Gilka Correia




Fantasiar é Preciso

Ora direis, ouvir estrelas...
Em noites de lua cheia
Quem duvida dessa prosa
Que me encanta na janela.
Estrelas como pirilampos
Despertam minh’alma
Sorriem para mim.
Na magia que clareia
Com imensa gratidão
Ergo as mãos aos céu
Rezo com elas




Gério Kaminski


Biodiversidade

Somos na ecologia,
Fiéis amantes da natureza.
Gostamos de praia e campos,
De cachoeiras e oceanos.

Na mata também entramos
E encontramos seres tão belos.
Primatas, lindas araras,
Fungos, avencas e samambaias.

Formas e cores exuberantes.
Gostos e odores fascinantes.
Biodiversidade, biodiversidade.

Somos seres humanos,
Até aqueles tão poderosos.
Que agridem o ambiente,
Poluem e matam, infelizmente.

A Terra é nossa mãe,
Nossa missão e nosso berço.
A raça é cultural,
                                    Ser diferente é natural. 




Geraldo Magela


                                                                               Sintetizar
O
Absurdo
Para viver
De vento
Em polpa
Não justifica
Tua presença
Neste
Mundo
sopa.

Delirium-Tremens
Ébrio
Brio
Equilíbrio
Só brio
Enquanto
Sóbrio.

Poeminha Auto Depreciativo
 antílope
  cresci
   início
                                    meio
                                      fim...
                                     ...feio enfim
                                       ciclope
                                         e míope...
                                      caçador
                                      de mim!



Fernanda Halabura


                                                                            O som do coração

O som do coração fala mais alto,
E, hoje, não se entende o sentido da dor.
O amor transformado em lágrimas
E em momentos que já passaram.
A dor de um amor não reconhecido,
Um amor perdido! Um amor perdido...
Se é ausente, o que se diz teu presente,
No passado já está,
Já esteve ou você achou que estava.
Mas a luz só existe nas trevas...
Sem escuridão luz não há...
Nos meios... Devaneios do coração,
Compreender porque
O sinônimo do amor é sofrer...
Vejo um mundo abstrato, obsoleto,
Onde os valores estão distorcidos...
Onde o egoísmo impera...
Mas no abstrato som do coração,
Também posso ver o amor... Posso sentir...
Posso ver com a alma! E isso me acalma!
 Ouça o som do coração. Vá além da aparência!
      Deixe esse mundo fútil e ilusório,
                                       Esqueça um pouco esse materialismo...
                                      Sinta a liberdade para sonhar.
                                       Porque os sonhos do coração... Ahhh!!!
                                    Esses, ninguém doma!





Ênio Oliveira


                                                                                       Carta ao Amigo

Amigo tou te escrevendo
Pra saber o que tem feito
Se tem amado ou curtido
Glória ao Pai tu tens direito.

Cherubin, da tua conduta
Não se acha por aí
Quero que mandes notícia,
E quando vens por aqui?

Por aqui vai tudo bem
Ao trote ou atropelo
Eu levanto de manhã
Já decepando cabelo.

Meu rancho não tem tramela;
Portanto, tu tens a chave.
Se a porta estiver trancada,
Tu entras pela janela.

Assim eu vou encerrando
E aguardo tua visita.
                                  Vamos tomar chimarrão
                                    E prosear coisas bonitas.




Eleuza Viégas Mundim


Dois de Novembro

É o dia dos falecidos
Que estão no seol
Aguardando o dia do juízo.

Os espíritas dizem e afirmam
Que por eles somos vistos.

Mas para outras religiões
Isso é descabido
Elas pregam o sono profundo
Pois quem morre se desliga do mundo

Temo que meus entes queridos
Meu pai avô avó tio e amigos
Possam sentir-se esquecidos
Não notando minha presença
No dia dos falecidos




Edgardo


A MUSA CHEGOU ATRASADA

Quantos poemas anônimos antes grafados,
Declarado remetente, título obscuro.
Aclamada Musa em afáveis predicados,
Sai da ficção a endereçada que procuro

Tão merecedora quão belos versos antigos,
Enganei-me ao contestar sua existência.
A descrença e solidão foram os castigos,
Enfim seu nome anulará a reticência.

Sua presença real é constante poesia,
Mescla o amor com o medo de um triste fim;
Até as estrofes ficariam insensatas,

Seria estado de cardio acinesia,
Sem a Shirley o mundo é um frívolo confim,
A poesia, uma sequência de erratas.




Di Magalhães
                              
                                                                                                        Minha Infância

A noite fria e úmida
Envolta pela neblina,
Me remete a infância,
Na minha amada cidade de Goiás.
Uma casa simples de pau a pique,
Em dias chuvosos de verão,
Se ouvia o repicar dos pingos
Nos telhados centenários.
Alguns borrifos entravam
Pelos vãos de algumas telhas quebradas.
Clarões rasgavam o céu,
Entravam pelas frestas das janelas.
Eram trovões com barulhos
Amedrontadores
Que quebravam o silêncio da pacata cidade.
Pegava as tarefas,
Mesmo que todas prontas.
Era para tentar afastar o medo,
Na esperança que a noite virasse dia, logo.
São tempos distantes.




Delores Pires

No dia sem nuvem
o pinheiro se agiganta
procurando o azul...
— * —

Se não sei, não falo.
Há muita gente que dá
bom dia a cavalo...
— * —

Restinho de noite...
A lua espia de esguelha
o denso nevoeiro.
— * —

No jardim, garbosa,
por entre flores desponta
imponente a rosa.
— * —

Em dia chuvoso
guarda-chuvas perambulam
ao longo da rua.
— * —

Garoa de outono.
Casacos andam na rua
antevendo o frio...




DayseGhaya

Cais

Uns partem...
Outros chegam...
Há os que se despedem...
E os que esperam.
E nesse movimento,
Sentimentos se misturam aleatoriamente.
Da grande euforia...
Ao mais profundo pesar.
Mas algo ali permanece...
Observa...
O mar,
Sempre presente em sua dança revoluta...
Murmurejam segredos
Que poucos conseguem escutar.
Os cenários se alternam
Numa sequência orquestrada...
Numa aurora brumejante
Surge o sol para clarear as sombras
Das incertezas angustiantes.
Um dia de raios fulgurantes nos brinda
Com luminosidade
Dos grandes espetáculos...
E vem
A chuva
Tempestade assombrosa...
O céu em fúria desaba
Sobre o espelho que as reflete!
E depois da revolta,
O choro solitário traz as cores
Num arco de esperança...
E os olhos se encantam com tanto esplendor.
E a noite chega...
Trazendo uma grande dama,
Que majestosa reina...
Com seu lume difuso...
E nos rouba toda atenção,
Escondendo sobre seu manto estrelado...
Os mistérios da Criação!
Mas nosso personagem ali sempre presente,
Se deixa ficar...
Como parte dessa encenação,
E mais do que isso,
O ponto permanente...
Ancoradouro seguro,
Onde tudo acontece na sua presença sutil...
Mas que generoso...
Permanece silencioso
Na sua onipresença
Que acolhe a todos
Sem nada reivindicar.


Daniel Mauricio 


Enquanto tu não vens
Guardo minhas vontades
Em pequenas caixas de veludo
E não me iludo
Pois na hora certa
Uma a uma vou poder te dar.
Dentro dos olhos
Trago a face oculta da lua
No abre e fecha
Das janelas da rua
Tento descobrir em qual delas estás.
Nas costas das mãos
Ensaio mil beijos
Disfarço meus desejos
Repetindo os mantras
Dos velhos irmãos.
Se o sol se cansa
Desmaiando atrás dos montes
Tiro luz de outras fontes
E em vigília sonha meu coração.

D'Amores


Sonhos de Cordel
Sombras na noite...
Beijo oculto rouba lábios de mel!
Sincera neblina dança no colo da noite
espalhando sonhos 
de cordel. 




                 Cipriano Sola Camanforte
       
                                              Não Duvide de Deus

Eu tinha abandonado
O Cristo crucificado
Mas notei uma grande falta
Minh’alma tinha ficado!
Muitas vezes é preciso
Uma espinhada dolorosa
Para então poder sentirmos
Quão bonita é a rosa.
Novamente estou com Ele
Ele é minha companhia
Eu estou de bem com o mundo
Toda hora todo dia.
Resgatou-me então o Senhor
Como a ovelha perdida
Devolveu assim pra mim
A minha vida.
O mar através de Deus
Nos dá lição poderosa
Afunda um grande navio
E deixa boiar uma rosa.



                       Christiano Nunes




O Poema da Vida

Durmo pensando que posso morrer
Partir pra última morada talvez
Mas recebo o convite pra viver
Assim aguardo chegar minha vez.
Ouço a música em compasso um, dois, três
A banda da vida a me enaltecer
Durmo pensando que posso morrer
Partir pra última morada talvez.
O tempo se encarrega de escrever
Para fechar o poema falta um verso
Não importa quantas palavras vão ter
U’a poesia linda escrita no Universo
Durmo pensando que posso morrer.
           



                Célia Regina de Assis Gulisz



A dor de perder você

A dor de perder você
É maior do que não te ter
É aguda, parte em busca
Do desconhecido
Sinto dor
Dor de não te ver
Dor de não te ter
Dor porque estou sem você
Sinto desejo de ver você
De te tocar
De dar as mãos
De ficar com você
A dor de perder você,
Só perde... Para a dor,
De nunca mais te ver.


                         

                                           Célia Marcondes Machado


O Alquimista
Dezembro/2000

Procuro esquecer o que foi ontem,
Retendo o que é bom hoje,
Vivendo - o sempre - amanhã
Que me faz pensar
De onde vim, quem sou
Pra onde vou?
Passado é História
Hoje busco a Glória
Do futuro
Espero Vitória
Da vida Passada
Privada
Banida
¨Luto¨-
Do viver
Presente
Feito gente
Que de conquista
É o futuro...
O Alquimista/Construtivista
De algo Em alguém.
                                    Bom seria, se todos nós
                                    Conseguíssemos ser
                                    Alquimistas de nossa própria história...
                                    Transcendendo a nós mesmos




       Arthur Virmond de Lacerda Neto


                             A Senhora e as Revistas

De livros amante
e entusiasta constante,
avezei-me a alfarrabistas percorrer
e a livros vários escolher.
Certa feita, ao percorrer prateleira
em tarde soalheira,
ao pé de uma, depara-se-me senhora
que lá estava a menos de uma hora.
Coleção que formara, fora-lhe furtada !
Feliz que estivera, estava agora frustrada.
De revista, números guardava,
deles desfrutava e por eles zelava.
Colecionar e resguardar: eis entesourar.
Quem gosta do que tem, o sabe conservar.
Se não o sabe, não merece ter o que tem.
Se o tem, esforce-se por o ter bem:
o que se conserva, se mantém;
o de que se descuida, se estraga:
a negligência humana a tudo traga.
Em bom estado conserva, hoje e além.
Possuir supõe saber possuir também.
É elemento de boa formação
exclamar: - Revistas, jogá-las fora, isto é que não !
Se não as quer, não as destrua,
porém com a sua conservação contribua.
Dê-as a quem por ela se interesse
ou troque-as em alfarrabista: não o desmerece.
Revista, fascículo, livro, contêm informação;
que seja, de todos, saudável ambição
a de adquirir cultura
que se eleve a grande altura,
que lhe propicie seguro conhecimento
e judicioso discernimento.
A senhora, que colecionara uma vez,
colecionava outra. Era com êxito ? Talvez.
Senhora leitora, senhora encanecida,
colecionadora decidida,
ansiosa por a sua coleção recompor,
encontrou exemplares ao seu dispor.
Rica não era: o contrário parecia;
de recursos, minguada seria
e dinheiro não lhe abundaria,
porém amor para com a coleção nutriria.
Era belo amor; se sábio não fora também,
é belo de ver-se em cuidadoso alguém.




                            Antonio Bezerra


                                                Sou Carreiro
 
Aprendi a ser carreiro, herança do velho pai
Ele me chamou e disse-me:
Vou te ensinar o que o carreiro faz:
Ter cuidado com o trabalho
Para o carro não tombar,
Cuidar bem dos bois
Para eles não se machucar,
Subir e descer serra
E gostar de trabalhar,
Preparar bem o cocão
A alegria do carreiro é ouvir o carro cantar...
Eu segui o conselho
Que o velho me passou
Hoje sou carreiro e trabalho com amor
 Porque sigo o que ele falou
Eu trabalho á na serra com o carro a cantar
O povo já conhece e começa a falar
É o filho do carreiro que aprendeu a carrear.
Subindo e descendo serra,
Fazendo o cocão cantar
Eu tenho comigo o que o velho falou
Que a profissão de carreiro vem do meu avô
Nesse sertão, ele muito trabalhou
                            Mas o seu orgulho é me ver carrear
                             Pela estrada que um dia ele passou.

                   

                         Anna Carolina Cunha 



                                                      Solidão

Muita gente, muito barulho, o dia todo
Muito amor, nas horas ocupadas
Muitas vozes e ruídos, o dia todo
Palavras completas,
Nas linhas espaçadas
O dia todo.

Paredes ocupadas, chãos vazios
Tetos inteiros, portas quebradas
Muita gente pra pouco espaço
Pouco espaço pra muito buraco

Feridas curadas, o dia todo
Vazios perfurados, a noite toda
Visão turva, escuridão profunda
Sombra pintada na própria sombra

Vazios esquecidos com a lotação
Vazios preenchidos pela emoção
Mas quando todos embora vão
Vazios corrompidos
                           Pela escuridão
                           Solidão.




                                      Angela Só
                         
                                                Madrugada

É de madrugada que ouço barulhos,
Crianças, adultos, velhos fumando bagulho.
Ambulâncias correndo com ânsia,
Buscando mais um ferido.
Filho querido, machucado,
Atropelado por um sujeito
Que deixou no leito, embriagado.
Pegou do motorista, o lado,
Saiu correndo, desgraçado.
Para matar,
Para arruinar a vida de mais um humilhado.
É de madrugada que escuto um grito,
Aflito, conflito, desafinado, desvairado.
Da pobre viúva sendo assaltada, violentada.
Sem seus direitos, amarrada ao seu leito.
Torturada, estuprada, roubada humilhada.
E assim, continua a madrugada,
Velha desgraçada.
Que mesmo à noite é clara.
Mas de Deus não tenho medo,
Por isto deixo meu enredo.
      Pai! Ajuda nós também nas madrugadas,
                                Que não sejamos mais violadas.
                                        Que possamos viver em paz, amor e alegria,
                                      Quem sabe um dia...

                                                                                                             03/12/2005 - 6hrs 11min.

                                                                                               Plantão do Pronto Socorro do Hospital Cajuru - PR



                           Adriana Porto


                                    Boneca de Pano

Pedi-te
somente franqueza
sinceridade e nobreza,
recebi;
fraqueza, iniquidade
e pobreza.
Trataste-me
como uma boneca,
sem rosto desfigurada,
luxo de poucos,
fruto de outros,
brincava comigo,
sujava, usavas, quando
aí tu te cansava, parava
em qualquer canto me jogava!
largada à boa sorte
ali eu ficava,
triste e feliz,
só e acompanhada
 esperando a hora
 de ser usada.




                               


Grandes poetas nos honraram com sua participação nesta terceira edição do Parnaso Poético, Jefferson Dieckmann, além de um grande escritor também nos deu a honra de escrever um dos prefácios dessa obra. Jefferson é escritor, poeta, técnico especializado em telecomunicações e bacharel em Direito. Gaúcho de São Lourenço do Sul, nasceu às margens da imensa e bela Lagoa dos Patos, mas é nas ruas de Curitiba, onde vive, que na observação do cotidiano escreve sua obra poética. Entre outras agremiações literárias, é membro do centenário Centro de Letras do Paraná e preside a AIL – Academia Internacional de Artes e Letras Sul – Lourenciana, de sua terra natal.

Prefácio de Orelha de Jefferson Dieckmann

Em tempos de modernidade, onde o mundo é dominado pela tecnologia e por aproximações (ou distanciamentos) digitais, estamos nós reunidos em torno da arte poética, buscando um sentido mais filosófico e belo para a vida. Cremos que a poesia, este dom divino que nos é generosamente confiado enquanto humanos, nos envolve, tornando-se ferramenta de lucidez e renovação, no tempo em que estivermos pisando este solo  terrestre. Sentimo-nos mesmo herdeiros e, de alguma forma, mantenedores da centelha  de Apolo e de suas musas. O Monte Parnaso é um pouco a nossa casa e o fechar dos olhos e o abrir da alma nos levam até lá. O firmamento está aqui, logo acima de nossas cabeças.


Continuando a homenagear grandes mulheres publicamos agora nossa poeta e ativista cultural e uma das prefacistas das orelhas do Parnaso Poético III, Siomara Reis Teixeira.

Siomara é de União da Vitória, ariana com ascendente em touro e lua em câncer, poeta, ativista cultural, pós-graduada em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura, com ênfase em Literatura Infantil e Poesia Contemporânea. Autora dos livros, Acalanto, Entre o Amor e o Desencanto – abril, 2016 Lisboa, Portugal *Madri, Espanha e Oestrus, novembro, 2015. Participou das Antologias Poéticas, Therezinha Cartonera, 2012 e 2016, Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, 2010, Conexão II e III, Parnaso Poético, 2017. Promove e apresenta o recital lítero musical, Sarau Café, Poesia & Canção que está em seu 4º ano.


Prefácio de Orelha de Siomara Reis Teixeira

Compreender a poesia como parte integrante do universo sagrado e   empreender projetos poéticos como esta bela antologia no intuito de que seus artífices brilhem sublimamente com sua arte é entender que a poesia é mais, muito mais do que entretenimento, lazer ou cultura. Ela aproxima-nos sem tempo ou espaço, do divino criador e integra-nos ao cosmo infinito, tornando-nos inteiros. Uma caixinha de joias finamente decorada em cada folha, encerrando em suas páginas, preciosidades. É assim o Parnaso Poético, um compendio com vários estilos, compilado magnificamente e com raridade. Do esmero e capricho de cada edição, desde a ideia primeira a todas as fases da confecção, o trabalho é primoroso. Aqui os poetas nos presenteiam com o que mais precisamos o poder de sonhar, a mágica da vida, da fé, da esperança, da luz do olhar nos dons inconfundíveis de todas as formas do amor. E nesta jornada poética, abençoados e consagrados por Apolo, os poetas resplandecem seus poemas e nos convidam a este périplo reinado, e, majestosos em seus inspirados e diáfano santos, nos conduzem a bailar pelas belas e brilhantes linhas das deidades celestiais.



Grandes mulheres vem deixando sua marca na literatura em nossa cidade. Exemplos para todos na busca da excelência a partir de ações culturais que agregam tantos. É com muita honra que publicamos hoje a prefacista do Parnaso Poético III, Chloris Casagrande Justen.
Chloris Casagrande Justen, curitibana de nascimento, nasceu em 15 de setembro de 1923. Pianista,  na juventude participava de grupo coral e declamava poesias de sua professora e, mais tarde, amiga Helena Kolody.
Baluarte da cultura paranaense, presidente do Centro Feminino Paranaense de Cultura, membro da Academia Paranaense de Letras, do Centro de Letras do Paraná, Academia Feminina de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e da Sala do Poeta.
Professora normalista passou a lecionar muito jovem no Instituto de Educação do Paraná. Na Capital, concluiu os estudos superiores em Pedagogia e dirigiu o Instituto de Educação do Paraná Prof. Erasmo Pilloto durante sete anos.
Foi conselheira de Educação por um decênio, pioneira na implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente no Paraná, ministrou cursos e realizou conferências em seminários e congressos em vários estados da federação.
É imortal da Academia Paranaense de Letras desde 1992, ocupante da cadeira de N.º 24. Primeira mulher a presidir a entidade. Em 2010 foi eleita presidente e reeleita nas gestões 2013 e 2016, criando e aprovando os programas: Crianças ensinando História do Paraná, A Academia vai à Escola e Uma sede para a Academia. É autora de anteprojetos que viabilizaram a normatização de leis estaduais sobre a obrigatoriedade do ensino da História do Paraná em todos os níveis de ensino e implantação do Laboratório da Cultura Paranaense, no prédio do Belvedere.
Atuante na organização Soroptimist Internacional das Américas, no Clube Curitiba-Batel, ocupou os cargos de Coordenadora de Direitos Humanos, Governadora da Região Brasil e Presidente Internacional, é coautora do Manifesto da Tríplice Fronteira contra o Tráfico de Mulheres e Meninas.
Educadora emérita, oradora de grandes recursos, agraciada com títulos honoríficos, entre eles o de Vulto Emérito do Paraná, da Ordem do Pinheiro do Paraná. Autora dos livros de poesias Jogo de Luz e, em versão bilíngue, Essências Transfiguradas, e ainda, O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Instituição Escolar, as crônicas Conversando sobre o Soroptimismo e organizadora das obras Mulheres Escrevem, Com Justiça e com Afeto e O Soroptimismo em Minha Vida.


Prefácio

Sinto-me sensibilizada com o convite dos ilustres e destacados coordenadores para escrever este prefácio ao terceiro volume do “Parnaso Poético”. Quando escrevi o poema “Poesia”, tentei definir que “Poesia é essência e alma, em jogos de espelho e som, transfigurando as palavras em puros feixes de luz”. Acredito que essa definição se harmoniza aos ideais desta seleção de poemas, cujo nome remete à tradição poética da Grécia Antiga e da mitologia sobre o monte Parnaso.

Observando os dois volumes anteriores do “Parnaso Poético”, notei que, se não há de modo geral a todos os participantes um compromisso com as normas rigorosas do Parnasianismo, há sempre a inspiração envolvida com a beleza da linguagem. Isso combina com o trecho inicial daquele meu poema sobre a poesia: “não pode ser poesia o verso vil, sem beleza”.

Nesse sentido de busca da beleza, ao me preparar para redigir este prefácio, tive o prazer de pesquisar mais uma vez sobre as tradições do Parnaso grego, morada do deus Apolo e das nove Musas: Calíope, da poesia épica; Clio, da história, Érato, da lírica amorosa; Euterpe, das flautas e da música; Melpómene, da tragédia, Polímnia, dos hinos sarados; Terpsicore, da dança; Talia da comédia; e Urânia, da astronomia.

Essas musas formam uma das condensações possíveis da abrangência da cultura grega clássica, mas são principalmente um resumo da multiplicidade do encantamento contido na poesia, em suas diversas faces. Envolvida nesse encantamento, decidi que em vez de usar somente a prosa, seria com uma poesia que eu poderia apresentar melhor o conjunto diverso de poemas a seguir. E assim escrevi, com alegria e liberdade, este soneto:

A mais pura razão do viver

De olhos na imensidão,
Descanso na dança dos ventos
E deixo minha alma vagar
Em portos desconhecidos.

Ao luar, num céu sem estrelas,
Minha alma percorre o infinito
E mergulha em profundezas
Do meu ser em reflexões.

Envolta nas bênçãos do etéreo
Eu retorno desse cadinho,
Pairando sobre a realidade,

Vejo dançando ao redor
Ideais em suas grandezas,
Melodias embalando as jornadas.

Curitiba, 07 de março de 2019.
Chloris Casagrande Justen



Isabel Sprenger Ribas (in memoriam)

Os coordenadores do Parnaso Poético III dedicaram o lançamento desta edição a poeta Isabel Sprenger Ribas (in memoriam).


Muitas pessoas já entraram em nossas vidas para multiplicar a soma ao nosso redor...
Outras pessoas se aproximaram de mansinho e com um jeito especial nos envolveram em suas áureas angelicais e nos agraciaram com sua amizade...
Outras resgataram nossas causas e abraçando-as com o vigor de ancestrais, nos valorizaram até que a razão se consagrasse...
Mas existem pessoas que mesmo ausentes se tornam tão presentes que é impossível não citá-las em nossas conversas e reuniões à margem da lembrança sob o luar e a luz da fogueira da sabedoria. Uma dessas pessoas magníficas é nossa querida apicultora d’arte ISABEL SPRENGER RIBAS para quem dedicamos o lançamento desse livro a antologia Parnaso Poético III, a qual tanto elogiava e acreditava que continuávamos o que possivelmente ela deixaria como legado: A POESIA.

Isabel Sprenger Ribas era escritora, professora licenciada em Filosofia pela PUC, Técnica em Planejamento e Pesquisa.
Como escritora publicou:
- Quase entre aspas, Cheio de Reticências;
- Um Livro, Seis Mãos, Três Idades;
- Mulheres de Coragem;
- Instituição Lanche de Gatas.
- Romance Colaborativo Aconteceu em Curitiba;
- O poeta e Nuvem Menina.
Participou da Antologias: Poesia do Brasil. Proyeto Cultural Sur-Brasil, de 2010 a 2016; Parnaso Poético I e II lançados em 2017 e 2018 respectivamente; Jubileu de Diamante do CPFC.
Foi membro e presidente da Academia Feminina de Letras do PR; Acadêmica da Academia de Cultura de Curitiba; Centro de Letras do PR; Centro Paranaense Feminino de Cultura e União Brasileira de Trovadores do Pr.


                                                  A SAUDADE DO PALHAÇO
de: Osmarosman Aedo
letra: Isabel Sprenger Ribas
    
Canta de saudade a lágrima do palhaço                                                                               
Que pesada rola pelo rosto pintado                                        
Faz malabarismo, sapateia pobre coitado
E desenfreado
Pelo picadeiro corre
Ou desliza                                    
Quase voa ágil assim ligeiro.                                                       
Quem percebe a sua mágoa
Quem me penetra a alma                  
Com sua infinidade do seu sentimento,
Quem escuta ali já caudaloso
O manancial do seu lamento

 Cai seu olhar sobre a criança da plateia
 Cai seu olhar sobre a criança da plateia
 Cai seu olhar sobre a criança da plateia
 A que gargalha para o palhaço e seu corpo                                                                                                                                                                                                                   
 Como que atingindo com mortal estilhaço...
        Lembra tanto tempo o tempo todo 
 O filho morto.



9 comentários:

  1. Meus amigos Osmar e Silvana, muito marcantes letra e música. Belíssima obra. Abraços carinhosos. Deus conosco sempre.👏👏🤗🤗😍😍🤩🤩

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  2. Minha gratidão por participar de projeto maravilhoso é imensa, muito obrigada, sempre. Carinhosamente, Adriana Porto.

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  3. É muito bom tê-la conosco Adri! Grande Beijo!!!

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  4. É gratificante ler os poemas dos poetas participantes do Parnaso Poético, orgulho-me de fazer parte dessa maravilhosa trupe. Parabéns,Osmarosman Aedo e Silvana Mello, pelo carinho com que vocês nos acolhem, incentivando-nos a escrever poemas e por este lindo trabalho cultural. Um grande abraço.(kojima Kyo).

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    1. Querida Eline, aprendemos muito com esse trabalho e com cada um dos poetas que aqui deixa um pouco de si. A você e a todos os participantes nosso muito obrigada!!

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  5. Emoção tamanha quando subi no Palco do Parnasso e a Poesia exalou seu melhor perfume..., vertentes de sensação única com tantos talentos declamando sua essência de Luz, Parabéns à Todos Parnasso III excelência em Evento POÉTICO ...

    Tatiana Azevedo

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    1. Grata Tatiana por sua presença!! Sempre bem-vinda!!! Grande Abraço!

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    2. Sem dúvida é uma bela contribuição para o mundo Literário Poético Contemporâneo. Parabéns! Osmar& Silvana. Abraço

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